Em relação a maio, índice que mede confiança do empresário subiu 0,6%. Na comparação anual, houve queda de 21,1%, o 23º recuo consecutivo.
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) registrou em junho um crescimento de 0,6% em relação a maio e teve a primeira alta em oito meses. A análise é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
“O rompimento na sequência de queda, iniciada em setembro do ano passado, levou em consideração a perspectiva de uma segunda metade de ano melhor para determinados segmentos do varejo”, ponderou a entidade.
O resultado positivo foi influenciado principalmente pela segunda alta seguida (3,8%), do índice que mede o grau de otimismo do empresário do comércio.
“Acho que longe não está [de uma recuperação], mas não pode dizer que essa recuperação tenha acontecido porque basicamente, as expectativas que fizeram com que pela primeira vez, o índice subisse. Não pode sacramentar que o comércio está se recuperando, mas essa possibilidade existe”, analisou o economista da CNC, Fabio Bentes.
Também, colaborou, segundo a entidade, o índice de intenção de investimentos dos empresários do comércio. O subíndice que mede o avanço do otimismo dos empresários em relação à economia cresceu 7,7% em relação ao mês anterior.
O especialista apontou que um orçamento das famílias menos apertado no segundo semestre, influenciado por uma não repetição de reajustes de preços administrados, com a conta de luz, água e esgoto, traz a expectativa de uma inflação menor no período.
“Eles [os empresário] sabem que a variável preço é fundamental para o consumo a curto prazo (…) A inflação de alimentos também está pressionando, e historicamente, ela é melhor no segundo semestre”, explicou.
Queda na comparação anual
Na comparação anual, contudo, o índice caiu 21,1%, em relação a junho de 2014 – quando o índice registrou queda histórica-, e apresentou a 23ª queda consecutiva. “Isso reflete que para o comércio vai ser um ano de perda”.
“Isso demonstra que, apesar da sinalização positiva, a percepção das condições atuais, tanto da economia como no setor, ainda seguem a percepção desfavorável dos últimos meses”, explicou a CNC.
A entidade apontou que na comparação anual, o resultado negativo foi “fortemente impactado” pela avaliação dos empresários sobre as condições atuais do comércio: houve recuo de 42,4%. O índice ficou em 48 pontos na média nacional.
A análise mostrou ainda que os empresários da região Sudeste ficaram abaixo do restante do país no índice que mede o grau de insatisfação, com 44,2 pontos.
Condições econômicas
Em comparação a junho de 2014, o indicador que mede a avaliação dos empresários do comércio das condições econômicas atuais caiu 59,8% e segue “sendo o item com pior avaliação em todo o Icec (26,1 pontos).
Para 93,1% dos empresários consultados, houve piora no cenário econômico nos últimos 12 meses, informou a CNC.
Contratações e demissões
A intenção de contratação também caiu, 23,3%, em relação ao mesmo mês no ano passado. “Diante desse cenário, a CNC projeta que, pela primeira vez desde 2007, o nível de ocupação no comércio varejista deverá registrar retração anual de 0,8%, equivalente ao fechamento de 66,4 mil postos de trabalho no setor”.
Investimentos e estoques
A intenção de investimento dos empresários registrou queda de 19,7%, na comparação anual. Segundo a entidade, o percentual de empresários reportando níveis elevados de estoques se encontra em 29,0%, segundo patamar mais elevado da série histórica, iniciada em março de 2011.
“A concentração mais alta de estoques é de empresas voltadas à comercialização de bens de consumo duráveis (33,6%), refletindo a queda nas vendas verificadas principalmente nos segmentos automotivo, de móveis e de Eletrodomésticos”, apontou.
Fonte: g1.com.br